sexta-feira, setembro 29, 2006

Amigas ?

imagem: Kate Moss
Amigas ?

Som de vertigem
Amor e ódio
Palavras que escuto
Colagem de um tempo
Que passo sem olhar
Para o relógio do meu pulso
Pulso, pulso, pulso...
Num ritmo desconexo
Das danças atuais
Mas sei que desperto
A curiosidade das garotas
Solitárias a minha volta
São todas tão lindas
E misteriosas
Com suas roupas da moda
E eu,
Um intelectual desprovido
De certezas
Não contesto os momentos
A minha volta
Só descrevo
Os movimentos daquela garota
Que me fez chegar
Até aqui
E escutar essas músicas
Que não fazem parte
Do que eu realmente sou...

?

Mas tenho carona
Com essa garota desconhecida
Que espera pelo meu sinal
Eu sei,
Que com essas palavras
Mal escritas
Despertei sua curiosidade
E ganhei seu coração

Dinheiro não é mais problema
Quando a gente não tem
Controle de nossos
Sentimentos

Figuras tatuadas nas costas
São sempre verdadeiras

Gostei do traço da tua boca
E não espero por palavras
Aguardo ansioso pelo teu beijo
Dona do meu coração

Voz sinistra
Timbre desta canção

Gostei de você
Não tenho mais ninguém
Mas teus olhos sinceros
Não escondem
O que queres de mim...

Você e tua amiga

Quero saber que horas
São se você não se importa
Com o tempo do meu
Coração!

A canção para as duas amigas
Que eu não sei quem são.

Agora ela esta mais perto
Do que eu sinto
Mas não tão entregue
As minhas mãos
Em seu cabelo
O que você quer
Para ser minha garota?


Você e tua amiga


Eu tenho vontade
De despi-la
E descobrir os mistérios
Que ela esconde
Por baixo desse
Sorriso



Elas foram embora
E eu não pudi
Me despedir.

p.s.: Qualquer tipo de erro foi proposital.

Marcos Caldo

sexta-feira, setembro 15, 2006

A Hora da Discórdia

imagem: Gericault
A Hora da Discórdia

Anoiteceu...
E quando fico sem palavras
para descrever o luar,
digo apenas boa noite.

Nessas horas, saio
Caminho por lugares
E ruas sem saídas
Quando o cansaço
Bate as pernas, paro.
Sento em algum bar
E escuto muita mentira
Aquelas velhas piadas
Que nunca soube contar
Fizeram-me rir brevemente
Sem mover os lábios
Deixando as pessoas
Intimidadas pelo silêncio
Que se espalhou involuntário
Pela reação em cadeia
Dispersa dos hábitos ocultos
Na memória de cada um

Chegou à hora da discórdia

Parou os relógios
Durante o tempo necessário
Para a última reflexão
Das contas a pagar
Pelo desperdício explícito
Nas sobras das mesas
A refeição de porcos
Enfastiados e suando frio.
Acabaram de descobrir
O segredo da ceia derradeira
E engasgados faleceram
Todos que não resistiram
Aos prazeres da maça
Que puseram na boca
Já satisfeitos
Cessando a algazarra,
Dando início a outro tipo
De celebração,
Esta bem mais silenciosa.

Anoiteceu...
E quando fico sem palavras
Para descrever o luar,
Digo apenas boa noite.

Marcos Caldo