Chamada a Cobrar (febre amarela)
imagem: Nenúfares; Monet
Chamada a Cobrar (Febre Amarela)
Ao fundo o som do telefone toca distante do meu pensamento, ignoro-o não quero saber de nenhuma voz estridente me convidando para algum bordel de inutilidades ou velórios de indigentes que não trarão de volta a minha paz tão sonhada.
O céu é febril nesse agosto de folhas mortas e espalhadas pelo chão já gasto pelo tempo.Tão singelo é o retrato desta paisagem esquecida pelos que fazem parte dele mesmo, e por estarem diante de algo belo transformam-no em terrível. O que poderia ser um sonho?
Talvez um dia de horas infinitas consiga explicar o que o tempo costuma perguntar para a idade, e cheguem num consenso de que nada existe, senão para a dúvida permanecer constante nos pés de cada um.
O telefone ainda toca. – Não vou atender.
Marcos Caldo

Chamada a Cobrar (Febre Amarela)
Ao fundo o som do telefone toca distante do meu pensamento, ignoro-o não quero saber de nenhuma voz estridente me convidando para algum bordel de inutilidades ou velórios de indigentes que não trarão de volta a minha paz tão sonhada.
O céu é febril nesse agosto de folhas mortas e espalhadas pelo chão já gasto pelo tempo.Tão singelo é o retrato desta paisagem esquecida pelos que fazem parte dele mesmo, e por estarem diante de algo belo transformam-no em terrível. O que poderia ser um sonho?
Talvez um dia de horas infinitas consiga explicar o que o tempo costuma perguntar para a idade, e cheguem num consenso de que nada existe, senão para a dúvida permanecer constante nos pés de cada um.
O telefone ainda toca. – Não vou atender.
Marcos Caldo